Ia postar esta minha pequena comemoração do 25 ABR na véspera, mas lá vou estar com a mesma cunhada de há 34 anos atrás, que faz 60 anos e vamos fazer-lhe uma festa-surpresa!
Venham mais CINCO!
E assim passaram 34 anos...como é possível? Foram dias tão bonitos e felizes como angustiantes e tenebrosos! Era jovem, nunca tinha assistido a tal e havia uma certa excitação!
Na noite de 24 para 25 ABR estava numa casa de fados comemorando o aniversário de uma cunhada. O meu irmão mais velho trabalhava no aeroporto, na TAP, e estava envolvido na revolução (ninguém sabia à excepção da m/cunhada). E esta pela meia noite obrigou-nos a ir para casa porque estava mal disposta (eram as ordens que tinha) para não sermos surpreendidos pela revolução. Claro que não sabiam o que ia dar e para acautelar . . . Lá fomos todos mt contrariados para casa sem perceber muito bem porquê . . . Pela madrugada soubemos. . .
"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"
Poema de Sophia Mello Breyner Andersen que está inscrito numa placa à porta do Quartel do Carmo, Lisboa
Eu trabalhava numa empresa que ficava na chamada "cintura industrial", foi um explodir de reacções que me assustaram . . . depois veio o primeiro 1º Maio que foi um dia inesquecível. Eu vivia no centro de Lisboa, num 4º andar, próximo da Alameda D. Afonso Henriques e a vista da janela cá para baixo era qualquer coisa de grandioso, um mar de gente, sem bandeiras, sem partidos, somente a multidão efusivamente gritando de contentamento e gritando palavras de liberddade . . . Foi um dia maravilhoso! Depois veio a confusão . . .
Ainda bem que tivemos o 25 ABR para hoje pudermos estar aqui a falar, pensar, agir, viver como bem entendermos . . .
O 25 ABR ainda é muito jovem e está amadurecendo, as novas gerações irão usufruir mais e melhor desta nossa experiência e vivência . . . espero!
VIVA A LIBERDADE!
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