História da “Gíria” ou “Calão”
Nas minhas arrumações, eis que encontro um livro escrito por Alfredo Bessa, editado em 1900, que conta a história da gíria portuguesa e contém um dicionário de A a Z com o calão que ele conseguiu juntar, fazendo uma pesquisa aturada, confirmando, sempre que possível, a veracidade. Abrange de N a S de Portugal.
Este senhor um dia leu um artigo no jornal O Repórter, de Lisboa, do Cândido Figueiredo (lembram-se?) de que ainda estava por fazer o dicionário das frases do calão português, que tanto poderia contribuir para o estudo da língua portuguesa. Assim meteu mãos à obra e ordenou tudo o que já tinha coligido e, determinado, iniciou o seu estudo e trabalho para construir essa ajuda. Descobriu uns anos bastante mais tarde, que havia uma outra pessoa, o Dr. José Maria de Queiroz Veloso, médico, do Porto que também já tinha publicado um livro e tinha uma coluna na Revista de Portugal, dirigida pelo Eça de Queiroz, em NOV de 1890…
E ambos ainda descobriram um outro autor que nem o Cândido Figueiredo conhecia que tinha escrito um Dicionário de Vocábulos esquisitos impresso em 1885, em Lisboa.
Como não havia estas novas tecnologias, só mais tarde se descobriram, convencidos de que estavam a fazer uma coisa inédita. Mas acabaram por se completarem e trocarem o conhecimento que cada um tinha e assim ficar um trabalho mais completo. O Alfredo Bessa, inclusivamente, quando os termos coincidiam ou divergiam punha uma chamada e o nome respectivo do autor.
Bonito exemplo de trabalho em grupo e partilha dos conhecimentos.
No livro Os Ciganos de Portugal, o calão, a gíria eram os termos com que em português se designa o vocabulário especial dos criminosos de profissão, fadistas, contrabandistas para não serem entendidos na sociedade geral.
Vou escolhendo umas tantas palavras de cada vez e vamos ver se há alguma que não conheciam e talvez admirados com algumas que já vêm de tão longe e ainda hoje são usadas.
Assim como a origem de certas palavras…
Não estou a tentar ensinar ninguém, é um meio divertido de troca de conhecimentos e ideias.
Abaladura – aborto, especialmente em Melgaço (popular)
Abarrantar – descobrir, ver, especialmente em Trás-os-Montes (pop.)
Abechucho – desajeitado, grosseiro, “ “ “ (pop.)
Abelha mestra - mulher astuciosa, finória (pop.)
Dona de prostíbulo (fadista ou calão do Bº Alto,
Alfama e Mouraria)
Abichar / Abiscoitar - alcançar, conseguir (familiar ou gíria doméstica)
“Dp d’isto é de crer que sempre abiche o
emprego…”
“Tanto andou q sempre abiscoitou a herança”
Abuzinações - Calças, das chamadas de boca de sino usadas pela
fadistagem lisbonense
-2-
Babáu Sr. Dr. - o que já não tem remédio (pop.)
Bacalhau de porta de tenda - pessoa demasiado magra
Bachicar - chapinhar na água, espeicalmente Trás os Montes (fam.)
Bacôco - estúpido, ignorante (pop.)
Bacorejar - intrigar, especialmente no Alentejo (pop.)
Badános - trastes ou móveis em mau estado (pop.)
Cabaça - pessoa q não tem juízo (pop.)
Cabaneira - mulher solteira, especialmente Melgaço (pop.)
Cabeça d’alhos - com falta de senso (pop.)
Cabráda - corporação policial (linguagem de gatunos)
Cabrão - homem que é atraiçoado, sabe e não se importa (pop.)
Cabrito - o amante q paga e é atraiçoado pela amásia (pop.)
Vou ficar por aqui, para não cansar. Há muitos termos que ainda hoje são vulgares e normais, não me passando pela cabeça que viessem de há tantos anos atrás. Estou aqui a pôr os mais “anormais” ou desconhecidos ou di-vertidos, para mim, of course…
Se acharem engraçado e interessante comentem e dêem a vossa opinião
Até à próxima sessão
mj
Vou partilhar convosco umas fotografias e a ver se sabem de onde são???
É próximo de Lisboa, houve há pouco tempo um importante acontecimento, há uns anos foi muito visitado/vivido/sofrido... por muitos e está muito arranjadinho. Até descobri que já tem auto estrada... Não podemos distrairmo-nos, estamos uns tempos sem passar aqui ou ali e quando lá vamos, zás... coisas novas. Mas felizmente, para o bem, para a evolução e para o desenvolvimento. E mais uma vez, constatei que fora das grandes capitais, vive-se cada vez mais com melhor qualidade de vida e mais sossego.
Se descobrirem e gostarem tenho mais fotografias bonitas (vaidosa....), mais elucidativas.
Estava a descansar das tarefas caseiras e lembrei-me disto...
fotos mj NOV 07
Aguardo as vossas sugestões e para os que não vivem próximo, ou em Portugal ou há muito que não nos visitam, como disse tenho mais e vale a pena conhecer e visitar.
Fazia uma tarde fresca mas solarenga, pingando de quando em quando, mas sufientemente agradável e bonito para ser fotografado.
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."
Eu "publico" estas palavras, que (quase...) parecem escritas por mim, para comemorar o meu 60º aniversário de VIDA.
foto mj NOV 07
foto mj 11 NOV 07
Nascido entre 315 e 317, em Sabaria, na actual Hungria, Martinho era filho de um grande soldado romano e como mandava a tradição, acabou por seguir a profissão do pai, tendo entrado para o exército com apenas 15 anos de idade. Apesar de professar a religião dos seus antepassados, adorando os deuses que faziam parte da mitologia dos romanos, o jovem Martinho gostava de ouvir as histórias que contavam sobre um tal Nazareno... Um dia aconteceu um facto que marcou para sempre a vida de Martinho. Era uma noite fria e chuvosa de Novembro, às portas de Amiens, em França, Martinho ia no seu cavalo quando viu um homem quase nu e com ar miserável que lhe pediu uma esmola. Como Martinho não levava consigo qualquer moeda, cortou com a espada a sua capa ao meio e, num gesto de amor entregou-a ao pobre para ele se agasalhar.
Reza a lenda que o pobre seria o próprio Jesus disfarçado de mendigo que depois deste gesto parou a chuva e de imediato apareceram os raios de sol quentinhos.
foto mj Valada, Azambuja NOV 07
A partir desse dia, Martinho sentiu-se um homem novo ten sido baptzado, provavelmente na Páscoa de 339.
Também se diz que nessa noite Martinho cansado e com fome, encontrou uma cabana, com uma lareira acesa e com um aldo verde ben quentinho numa malga. Depois de saciado e aquecido Martinho adormeceu e sonhou com Jesus, esse sonho ajudou-o na sua nova vida. Vida de sacerdote ao serviço dos pobres e dos tristes.
Com o tempo, a sua vida e o seu exemplo fizeram dele um Santo e começaram a chamar-lhe o S. Martinho.
No ano de 357 foi aclamado bispo de Tous. Morreu em Candes, no dia 8 de Novembro de 397, o seu corpo foi acompanhado até Candes, por milhares de pessoas onde chegou no dia 11 de Novembro.
Toda a Europa festeja o dia de S. Martinho.
Estes festejos estão relacionados com a prova do vinho novo, as colheitas da época, as castanhas acompanhadas de água pé e caldo verde com linguiça, de preferência em malgas de barro.
Espero ter contribuido para quem não sabia a razão de se festejar o dia de S. Martinho e a relação com as castanhas e a água pé, assim como o caldo verde que afinal não se come só nos santos populares, com as habituais sardinhas assadas!
E mais umas fotografias de um recanto do nosso Portugal, do belo rio Tejo... Valada, na Azambja, onde os pescadores têm uma vida muito própria e com este clima espantoso em pleno mês de NOV!
Os jovens vivendo momentos mágicos
Reflexo na quietude das águas calmas de um braço do Tejo
Um braçao do rio Tejo que dava acesso ao Palácio - Azambuja
Palácio do rei D. Carlos para ir à caça e que infelizmente está em ruínas...
O cais que aqui se vê era a Malaposta, onde desembarcavam as mercadorias, pessoas e daqui até à vila de Azambuja iam a cavalo.
O reflexo das nuvens anunciando um dia Outonal como está hoje.
Ontem, sim, foi Verão de S. Martinho!
foto mj Skuba NOV 07
A Skuba assim que anoitece adora a sua cama, é viciada do seu ninho e nas noites mais frescas, olha para mim, com um olhar que "fala" e um dia que estava muito frio lembrei-me de a tapar e a partir daí é isto. Pergunto "queres que te tape?" Ela deita-se e o resultado é este. Juro que não foi encenado. Todas as noites é o mesmo, durante o Inverno, porque com o calor tem outra posição que depois publicarei.
fot mj a data deveria ser 1984
Nas minhas arrumações descobri este texto, que há muito procurava, escrito pela minha filha em 1996.
Passo a transcrever tal e qual como ela o fez e depois direi porque ela o fez:
"Oh Mãe"
Oh mãe, assina-me o teste?
Oh mãe, onde é que está a minha roupa?
"Filha, já sei que sou mãe!"
As mães às vezes não percebem.
Estão sempre a refilar que nós gastamos o seu nome.
Às vezes são coisas importantes e elas continuam a refilar.
É como se o seu nome fosse uma porta aberta para as perguntas e para as questões por solucionar.
O seu nome é o lugar, da roupa;
O seu nome é o teste;
O seu nome
O seu nome,
O seu nome,
é MÂE
Oh mãe, acabei os trabalhos!
3/10/96
C.A.
Aos leitores
Dedicado a uma mãe muito especial e baseado num caso verídico com esta mãe.
Uma mãe muito querida e cuidadosa com a sua filha (eu)
(Essa mãe é minha)
Passo a explicar o que deu origem a esta espécie de redacção.
Desde sempre e ainda hoje, com 23 anos, a minha filhota passa todo o tempo a chamar por mim, a propósito de tudo. Quando era mais pequena e apesar de ela brincar bem sozinha, de 5 em 5 m chamava-me "Oh mãe!" e eu dizia-lhe muitas vezes, já sei que sou tua mãe... daí um dia resolver desabafar para o papel ...
Eu achei imensa piada e muito pertinente.
Pode ser parvoeira de mãe, mas acho que está muito bem observado e até dá um toque...
Como vou ter saudades quando deixar de ouvir a toda a hora o chamamento dela...
Como vou ter saudades quando já não precisar de mim... e
Como já tenho saudades desses tempos de criança... passam tão depressa... agora já tem as suas asas...
Mas uma coisa podemos ter a certeza, quando PRECISAM, é por nós que chamam!
E é para isso, concerteza, que existimos!!!
foto mj magoito NOV 07
foto mj magoito nov 07
Chegei há pouco da bonita e selvagem praia do Magoito, embora estejamos em Novembro...
Estava pouca gente, outra maravilha, um cheiro intenso a maresia, boa temperatura, melhor, sol bem quente, água límpida e calma, quase, quase boa, mais para o frio, mas não impedia os mais afoitos de tomarem belos e prolongados banhos. E claro está, os famosos surfistas que já fazem parte das paisagens, hoje em dia.
Uma informação interessante e importante, a praia do Magoito é uma das duas praias do Mundo que mais íodo tem. E o íodo é o que queima e dá aquela corzinha que tanto gostamos e é mais duradoira. O Sol do Algarve só tinge temporariamente, passadas as férias, ao fim de um mês a trabalhar já não se tem o ar bronzeado, castanhinho...
A outra praia é no Japão, de que não sei o nome, mas tenho hipóteses de vir a saber.
Soube bem estar estendida ao sol, ler umas páginas do Expresso, ouvir uma ou outra criança, observar a "pesca" das gaivotas para se alimentarem e um ou outro cão correndo, só senti falta do múrmurio do mar, uma vez que estava calmo e sereno, vinha morrer na praia quase em silêncio...
O desagradável no final foi o trânsito na IC 19 que nem aos fins de semana nos dá sossego, mas que fazer!?!
"Prontos" ... quiz partilhar convosco este meu Sábado para aproveitar o bom tempo, o sol de que tanto gosto, porque o Inverno está aí à porta e os dias serão mais recatados ... e neuróticos!
. Os 35 anos do 25 ABR . . ...
. Lançamento de um livro . ...
. O nascimento de mais uma ...